Wagner,
o Taxista
Bruno Marotta
Wagner
era um motorista de taxi
E vivia sua vida melancólica
A noite rodava, de manhã sonhava
Em seu quarto fantasias insólitas
E
nas rondas noturnas pela Atlâtica
Wagner era conhecido motorista
Pegava as meninas, levava pra casa
Sem cobrar roubava beijos oportunistas
Sua
vida era assim
Esses poucos momentos
Trocando carícias
Pelo seu pagamento
Esperando
o amor
Que um dia viria
Mas enquanto não vem
Ele tira casquinha
Até que um dia, uma morena fabulosa
Pele macia e semblante delicado
Riu de suas piadas, gostou do estofado
E assim enfeitiçou o coitado
Perdidamente
apaixonado
Esperava no calçadão
Perdia viagens, mas não se importava
Pois o amor, preenchia seu coração
Sua
vida era assim
Esperando o momento
Em que subiria
Ao seu apartamento
Deste
modo, enfim,
Poderia consumar
O amor que trazia
Sozinho ao seu lar
Foi
numa noite de lua esplendorosa
Quando ele deu a ela um buquet
E ela emocionada, com a cantada encantada
Convidou-o a conhecer o seu apê
Lá
chegando, ele não perdeu mais tempo
E foi logo despindo a menina
Ficou estupefacto, pois o seu grande amor
Não possuía genitália feminina.
O
seu mundo ruiu
E abriu-se o seu chão
Afinal era linda
E também era João
Ela
disse _Oh Wagner
Não seja preconceituoso
Pois no início até dói
Mas depois é gostoso.
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